O conselheiro cristão
não precisa ter um conhecimento aprofundado sobre transtornos psiquiátricos, teorias
da personalidade ou comportamento humano, mas é importante que seja um estudante curioso sobre os temas,
principalmente, saber o momento adequado de encaminhar o aconselhado para um
profissional de saúde, se for necessário. Por outro lado, a teologia é uma importante fonte de orientação para
o aconselhamento, pois ajuda o aconselhado a desenvolver uma relação mais
profunda com Deus e a crescer espiritualmente. Para alcançar essa meta, o aconselhador
trabalha para alinhar os pensamentos, sentimentos
e comportamentos do aconselhado com a vontade de Deus, enfatizando a importância
da leitura da Bíblia, da oração e do envolvimento com uma comunidade cristã.
Esse processo ajuda o aconselhado a encontrar um caminho, o que leva ao crescimento
espiritual e serve como um guia para que
outras pessoas possam seguir esse mesmo caminho.
A busca pelo equilíbrio entre a visão teológica e o conhecimento científico, produzido pela psicologia, nos leva a Psicoteologia.
O termo Psicoteologia refere-se à tentativa de integrar os conhecimentos da Teologia e da Psicologia, especialmente para a prática do aconselhamento cristão. Embora não seja uma ciência em si mesma, é uma abordagem que busca a colaboração mútua entre duas disciplinas sem que uma prevaleça sobre a outra. A ciência reconhece a importância da espiritualidade para a saúde emocional, enquanto a teologia cristã reconhece que o conhecimento científico pode e deve ser utilizado para o benefício humano.
O meu primeiro contato com o termo Psicoteologia foi através do CPPC (Corpo de Psicólogos e Psiquiatras Cristãos), que tem uma revista outrora chamada de Psicoteologia, atualmente Psicoteo, com artigos e informações diversas articulando o conhecimento teológico e a psique humana.
Segundo Ageu Heringer Lisboa, Psicólogo, fundador e ex-presidente do CPPC, o termo Psicoteologia chegou através das contribuições do Dr. J. Harold Ellens, secretário executivo da Christian Association for Psychogical Studies que esteve no Brasil visitando o CPPC em 1980.
Ageu afirma que “na verdade, não se trata de uma nova disciplina científica, mas sim de uma maneira de pensar e de entender o fenômeno humano”. Propõe-se a articular as duas áreas do conhecimento, psicologia e teologia, em uma tentativa de repensar a psicologia sob o ponto de vista cristão e a teologia numa perspectiva segundo as teorias psicológicas.
FONTE: Livro: Manual de Aconselhamento Cristão Cognitivo - Neudelon Azevedo
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