Transtorno de Pânico – Que Medo é Este?
Relato Mais Comum Após Um Episódio de Pânico
“Sem motivo aparente comecei a suar excessivamente, o que
me fez acreditar que as pessoas estavam me observando. Pensei que deveria estar
muito mal, então o coração disparou e minha respiração foi ficando mais curta.
Achei que estava piorando, que iria desmaiar, ter um ataque cardíaco ou mesmo
morrer”. Este é o relato mais comum que tenho ouvido de pessoas que
sofrem do Transtorno de Pânico (TP).
Sintomas
Mais Frequentes
Outros sintomas podem estar presentes como: tremores finos nas
mãos, dor ou desconforto no peito, náusea, medo de enlouquecer ou perder o
controle, ondas de calor, etc.
Como é Feito o Diagnóstico
Para o diagnóstico de TP é precisa de alguns entre estes
sintomas, resultando em vários ataques por um período mínimo de um mês, em
circunstâncias onde não há perigo objetivo, em situações não conhecidas ou
previsíveis e sintomas ansiosos frequentes.
Medo de Ter Medo
Ataques de pânico em situações específicas produzem a fuga
da situação. Como os ataques são imprevisíveis e em ambientes generalizados,
podem produzir medo de ficar em lugares com muitas pessoas. Um ataque de pânico
geralmente produz medo de outro ataque.
Episódios de Pânico não Tem Relação com Complicações Cardíacas
Por causa do mal estar cardíaco é comum procurar os consultórios
e clínicas cardiológicas. Não existe nenhuma relação comprovada entre TP e
ataque cardíaco. Mesmo convencidos de que não tem nada no coração alguns
pacientes continuam procurando as emergências por causa do mal estar causado e
pelo medo de morrerem de um ataque cardíaco. Consultar um médico especialista é
sempre uma atitude importante, mas é preciso confiar no médico quando diz que
você não tem com o que se preocupar com o coração.
Causas do Transtorno do Pânico
A ansiedade generalizada, perfeccionismo, desejo de controlar e
radicalismo com pensamento do tipo “tudo ou nada” são as características mais
comuns nos pacientes de TP. Não existe uma teoria satisfatória e comprovada que
explique as causas do TP. As mesmas podem ter origens tanto fisiológicas como
sociais.
Tratamento
O tratamento que tem demonstrado maior eficiência é a combinação
de medicação (que só pode ser indicada por um médico) e psicoterapia, em
especial a Terapia Cognitiva Comportamental que tem apresentado bons resultados
no tratamento de TP. Durante as sessões de Terapia Cognitiva Comportamental o
paciente é treinado sobre como lidar com os ataques de pânicos, através de
exercícios de relaxamento e respiração, treino de controle dos pensamentos,
antes, durante e após a ocorrência do Pânico, exercícios de enfrentamento
gradual das situações que causam maior ansiedade, entre outros. A hipnose
clínica é uma importante aliada no tratamento da ansiedade e do Transtorno do
Pânico na maioria dos casos encurtando o tempo de tratamento.
Apoio e Compreensão
O apoio e a compreensão da família é parte importante do
tratamento. Se você é parente de quem sofre de TP compreenda que se trata de
uma doença como qualquer outra e que a pessoa não escolheu e nem pode evitá-la.
Não é “frescura”, “fraqueza” ou “falta de serviço”. Dizer que a pessoa precisa
enfrentar um “tanque de roupa suja” ou uma “pia com vasilhas sujas” e
"capinar um quintal" não cura TP. Tenha paciência e não se desespere
diante de uma pessoa sofrendo de TP, mantenha uma postura otimista, incentive a
busca por um tratamento, acredite na possibilidade de melhora e principalmente,
jamais obrigue uma pessoa durante um ataque de pânico permanecer em um ambiente
que ela não deseja, isto poderá aumentar sua ansiedade e resistência a
enfrentamentos futuros, pois os exercícios de enfrentamento devem ser
orientados por um profissional com experiência em tratamento de TP respeitando
as condições e limites do paciente.
Expectativas Com o Tratamento
A maior parte dos pacientes responde bem a Terapia
Cognitivo Comportamental apresentando após as primeiras sessões diminuição da
intensidade dos sintomas e espaçamento na quantidade de episódios de pânico. A
maioria precisa de 4 a 12 sessões para o controle do TP. Seguindo as
orientações médicas e aplicando as técnicas aprendidas durante as sessões de
Terapia Cognitiva Comportamental é possível interromper as crises de pânico,
podendo a pessoa ter uma vida normal.
Pastor Neudelon Azevedo - Autor dos livros Comece Bem a Semana e Manual de Aconselhamento Cristão Cognitivo e Cicatrizes Invisíveis: A Batalha Interior Contra a Ansiedade
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Psicólogo Clínico Cognitivo Comportamental. CRP:04/22250